Os idosos...

Já faz um tempo que quero postar sobre os idosos que vejo aqui em Aix e nas cidades onde já fui. Não sei dizer se isto é uma coisa geral. As pessaos têm uma mania de ver uma pequena parte e dizer que em "toda a europa" é assim, mas aqui em Aix eles me chamam muito a atenção!

A gente os encontra por toda parte. A população idosa é bem grande, apesar daqui ser uma cidade universitária. Parece que se vai de 8 a 80. E os idosos que digo aqui são pessoas lá na casa dos 80 anos mesmo. O que me chama a atenção é que eles são superativos. Não pude tirar muitas fotos, pois as pessoas percebem e, claro, não gostam, mas eu acho curioso. Eles dirigem por toda parte. São pessoas que já tem dificuldade para andar, se locomover, mas estão de carro, a pé e hoje, curiosamente, vi uma senhorinha de bicicleta carregando as compras. Ela mal aguentava pedalar, mas estava lá firme e forte.

Normalmente eles estão sozinhos carregando suas próprias compras ou em pequenos grupos: duas amigas, três amigos ou um casal. Poucos ficam sentados como estas senhoras batendo papo, a maioria está na rua para resolver alguma coisa, como fazer compras, que é o que mais vejo.
Fui orientada a não ajudá-los, a não ser que eles peçam, pois se você os ajuda sem o pedido eles se ofendem, como se não pudessem cuidar das próprias vidas! Mesmo assim, isto ainda me choca. Fui comprar um pão na padaria e uma senhora que parecia ter mal de parkinson foi atendida na minha frente. Quando já estava chegando em casa a vi deixar o pão cair na rua e imagina a dificuldade de abaixar para pegar o saco. Várias pessoas passaram por ela, olharam e não fizeram nada. Eu fiquei doida pra ajudar, mas não sabia se podia, se ela se ofenderia... Enfim, o que sei é que ela pegou o saco e eu fiquei esperando que ela finalizasse o procedimento para poder ficar um pouco em paz comigo mesma.
Numa outra vez, sai da faculdade e fui atravessar a rua. Um casal de idosos que mal conseguiam andar estavam atravessando também e ninguém os ajudou novamente... O homem gritava para a esposa andar mais rápido, mas, coitada, claro que não tinha a menor condição. E mesmo ele dando o braço dele não ajudou grande coisa, pois nem ele se aguentava.
Eu acho legal a independência deles, mas para nós, brasileiros, é angustiante não poder se oferecer para ajudar... Eu, particularmente, tenho medo de tentar ajudar e levar um bom fora francês...