terça-feira, 29 de novembro de 2011

A limpeza das ruas de Aix-en-Provence

Há algum tempo venho querendo escrever sobre a limpeza das ruas por aqui de Aix-en-Provence. No começo achei muito estranho, mas agora já estou acostumada. As ruas daqui são lavadas todos os dias. 

Segundo a Revista Aix en Dialoge, o problema da cidade começa com a quantidade de moradores e pessoas que transitam sazonalmente por aqui. São 140 mil habitantes e mais centenas de milhares de turistas que vistam Aix ao longo do ano, além de 40 mil estudantes que vem para passar o semestre. Apesar disto, Aix é uma cidade pequena, e conta com 130 agentes de limpeza que trabalham das 5hs da manhã até às 19hs da noite.
A lavagem das ruas acontece das 5hs até às 12hs, após este horário os agentes coletam os lixos e esvaziam as lixeiras.
Para mim é ótimo as ruas serem lavadas. Eu tenho um problema sério ao andar por aqui. Como os franceses adoram cachorros, quase todos têm um, só que a cultura do saquinho para coletar fezes não existe e é impossível andar sem olhar para o chão, senão você pode ter uma surpresa desagradável (quero ressaltar que as surpresas desagradáveis não vem só do chão, domingo passado meu cabelo virou vaso sanitário de um pássaro enquanto caminhava na Cour Mirabeau, e a coisa foi caprichada...), então a lavagem das ruas se faz necessária também por conta dos restos mortais deixados pelos chiens da vila.
O que eu não entendo é em plena era ecológica ainda existirem lugares com tanto desperdício de água...

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Paris - o capítulo final

Como último post sobre Paris, pelo menos desta primeira viagem que fiz desde que vim morar na França, apresento alguns outros lugares que fomos. Este é o Palácio dos Inválidos. Napoleão mandou construir para abrigar soldados de guerra inválidos que ficavam pelas ruas de Paris. Até hoje ainda é cada de alguns soldados e o corpo de Napoleão encontra-se aqui. Com sua cúpula de ouro, é um lugar lindo para se ver! Do alto da Torre Eiffel também é possível visualizá-lo facilmente durante o dia.

Este é um outro lugar que gosto muito, chama-se Trocadero. Nele se pode tirar uma linda foto da Torre Eiffel. Para mim é o melhor lugar para aparecer a pessoa e a torre numa foto. Além disto, pela proximidade da torre, você aproveita e faz uma caminhada até lá. Durante a caminhada você verá o rio Sena e ainda pode parar para tomar um chocolate quente no inverno ou um sorvete no verão em uma das barraquinhas que ficam no caminho.

O Moulin Rouge é um capítulo a parte. Normalmente eu só passo por ele de ônibus e tiro uma foto como esta, mas é possível, para os mais animados, fazer um passeio a noite. Paga-se em torno de 80 euros por pessoa e o show promete ser muito bom. Aviso logo que o bairro é meio estranho...Fica perto da igreja de Sacré-Coeur e é cheio de sexshop e lojinhas de chineses vendendo todo tipo de bugigangas que já conhecemos!
Já a visita a Galeria Lafayette é obrigatória. Na galeria em sim tem várias lojas de marcas famosas como Prada. Dizem que não é um lugar caro nem chique de Paris, mas os precinhos são de lascar... Como bolsas entre 500 e 1000 euros. Claro que uma bolsa Prada que custa 500 euros é uma bagatela, mas o meu bolso não tem 500 euros para dar numa bolsa, nem Prada, nem Praga e nem coisa alguma!
Em compensação, do lado de fora do shopping você encontra várias lojas mais acessíveis, como C&A, Zara, Benetton, GAP e outras. Nelas você pode comprar e não vender seus órgãos para transplantes clandestinos. Então, se for a Galeria, lembre-se de dar uma boa volta pelo bairro e olhar outras vitrines. Ah, por falar em vitrine, as vitrines estavam maravilhosas, com mini-shows com bonecos e muitas e muitas luzes de natal, era um espetáculo a parte!
Um outro lugar que conheci nesta viagem foi a Ponte dos Cadeados. Sinceramente, nunca tinha ouvido falar desta ponte e fomos parar lá por pura coincidência. Saímos do Museu d'Orsay e fomos andando para a Champs-Elysées. O nome da ponte é Ponte das Artes, mas ficou conhecida como Ponte dos Cadeados. É uma tradição italiana, mas que tomou conta de Paris também. Aqui casais apaixonados colocam cadeados para registrar um amor que "dure para a vida toda". Depois de fechar o cadeado a pessoa deve jogar a chave no Rio Sena para que nunca mais ele seja aberto!



Como a gente não sabia da tradição, a Simone não levou um cadeado e eu, mesmo que soubesse, não tenho quem trancar mesmo... C'est la vie... Caso você tenha, não deixe de levar seu cadeado, não vi lugar para comprar por perto.

E, finalizando, a Praça da Concórdia (Place de la Concorde) é um bom lugar para descer e tirar umas fotos. Nela encontramos um obelisco, que quer dizer grande pilar de pedra vertical, que no caso do obelisco de Paris é um pilar de 23 metros de altura que veio de um templo egípcio e é milenar.

Ele serve como marco do local onde ficou a guilhotina durante a Revolução Francesa. Um outro monumento que se encontra nesta praça é a Fonte de Jacques Hittorff, arquiteto que remodelou a a praça. Esta praça aparece no filme O diabo veste Prada.



Paris - comer

No filme Comer, Rezar, Amar a personagem vai para a Itália para comer... Nós comemos na França mesmo!!! Então, antes de ler este post preciso dizer que se você está com fome ou resolveu ler perto da hora do almoço não é uma boa ideia. Se estiver com fome saia e faça um lanchinho, se é perto da hora do almoço feche o blog e volte assim que retornar.












... já comeu?
















.... almoçou bem? lanchou bem? jantou bem?










Ok, agora você pode ler!!!




Eu já fiz alguns posts sobre comida e sobre minha alimentação em Aix-en-Provence. Parei de falar sobre o tema, pois comer principalmente coisas diferentes não é meu forte. Mas quis falar desta porque desta vez em Paris tive o melhor almoço da minha estadia aqui na França. Eu e a Simone fomos visitar a Universidade de Sorbone, uma das mais conceituadas da Europa. Lá descobrimos que não é possível qualquer tipo de visitação. Em todas as portas há seguranças e só se entre mediante apresentação da carteira estudantil. Porém, descobrimos que há uma lojinha logo na entrada onde é possível comprar souvenirs da universidade. Como ela fecha para almoço, resolvemos almoçar ali perto esperando a hora de abrir. Escolhemos um dos restaurantes da Praça da Sorbone e pedidos duas massas.




Como estávamos num local para estudantes o almoço nem foi caro. Aproximadamente 12 euros por prato e ainda vem acompanhado de pãezinhos deliciosos que você pode comer com o maravilhoso azeite que fica disponível nas mesas. Minha lasanha estava uma delícia, mas o prato da Simone era ainda melhor. Um pene 4 queijos. Os queijos tinham um sabor suave, o macarrão desmanchava na boca e só de lembrar já fico com água na boca!!! É aquele tipo de comida que você se lembra por muitos e muitos anos!








Um outro almoço que tivemos foi um pouco mais caro, pois aconteceu num restaurante mais refinado perto do Museu d'Orsay. A Simone pediu um pavê de salmão e eu fiquei numa carne com batata frita.

Uma delícia também, sem dúvida, além do ambiente tipicamente francês. Neste pagamos em torno de 22 euros por prato. Independente do valor, vale muito a pena visitar outra cidade e tirar pelo menos um dia para fazer uma refeição ao estilo do país, mesmo que você gaste um pouco a mais. Nossos cafés da manhã foram na rua, andando, ao estilo francês, mas os croissants daqui também são muito gostosos junto como um bom chocolate quente. As fotos abaixo são da padaria que passávamos todo dia só para ficar namorando os doces e tortas da vitrine. Claro que não resistimos e comemos também! Fica ai para você de presente... Mas claro que você não vai ficar com água na boca, pois seguiu o meu conselho e comeu antes de ler!







sábado, 26 de novembro de 2011

Paris - igrejas

Este post será curto, pois fui somente em duas igrejas em Paris. A igreja que mais gosto é Sacré-Coeur (Sagrado Coração). É uma igreja Católica Romana. Não vou dizer que é muito fácil chegar lá, pois ela fica no topo de um monte, o Monte Martre, que também dá nome ao bairro onde a mesma está localizada. Ela é toda branquinha, pois é feita em mármore travertino, além de ter o formato de uma cruz grega, com sua cúpula central com 80 metros de altura. Os franceses gostam mesmo de coisas altas!

O lado bom de ser alta é que possui uma vista maravilhosa. Você pode ver boa parte da cidade lá de cima. A foto não ficou muito boa, estamos no outono e tudo fica com uma névoa, como a névoa seca de Brasília. 
Para quem tem preguiça de subir as escadas, a opção é o Funicular. Não sei o preço porque sempre subi de escada, acredito que dá um charme especial ao passeio. Você chega um pouco cansado lá em cima, mas aproveita a vista.



A segunda igreja é a Notre Dame. Ela é uma igreja construída em estilo gótico que eu, particularmente, não gosto. Começou a ser construída em 1.163 e fica ao lado do Rio Sena. Minha irmã aproveitou a visita para me falar bastante sobre o Corcunda de Notre Dame, de Victor Hugo.

Victor Hugo escreveu o romance em 1831, mostra a realidade de uma Paris medieval. " A obra gira em torno de um homem coxo e deformado que foi adotado pelo arquidiácono Claude Frolho. Batizado de Quasímodo, enfrenta uma série de peripécias por conta do amor não correspondido por uma bela cigana, Esmeralda. Os dois são apaixonados por Esmeralda, que ama, na verdade Phoebus, um soldado que apesar de dizer que a ama, tem uma noiva e não nutre nenhum tipo de sentimento por Esmeralda, a não ser desejo". (Wikipédia)
Bem, esta estória bem que é verdade muitas e muitas vezes!!!






sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Paris - museus

Uma das melhores maneiras de se andar por Paris e conhecer os pontos turísticos é pagando o ônibus de turismo. Eu paguei 32 euros por 2 dias. Este ônibus faz 5 linhas diferentes e passa por todos os pontos turísticos principais da cidade. O bom é que você pode depois descobrir como ir nos pontos que não deu tempo de ir nos dois dias que você pagou. Ah, sim, e você pode descer e subir quantas vezes quiser, ficar o tempo que quiser e depois só esperar um pouquinho no ponto, pois ele não demora a passar. O lado ruim é que nesta época do ano é cruel ficar lá em cima com todo o vento gelado. Mas, caso prefira, pode ficar embaixo onde tem até aquecedor... Mas ai você perderá a linda vista da cidade e dos monumentos! O ônibus tem fone de ouvido e você ainda têm as explicações sobre cada ponto turístico!

Uma outra maneira de se locomover pela cidade é por metrô. Você vai a qualquer lugar de metrô. Mais importante que ficar num hotel próximo a qualquer ponto turístico é ficar num hotel próximo ao metrô.
E é bem fácil entender a carta de metrô da cidade. E mesmo que você se perca basta ter calma, descer e procurar um novo caminho. É tipo: todos os caminhos levam a casa da rainha!!!


Seguindo o post agora para os museus da cidade, que são muitos, vou falar dos que fomos desta vez e de um em especial que fui em 2009. Vou, inclusive, começar por ele.
Este é o Château de Versailles. Ele não fica exatamente em Paris, fica em Versailles, uma cidade próxima, quase um subúrbio da cidade. Para chegar lá você tem que pegar metrô e um trem, que se chama RER. É um passeio de dia inteiro, pois são quase duas horas de viagem até lá. Uma vez lá, o castelo é enorme e não é possível ver rapidamente...
Lembro que uma das primeiras coisas que pensei quando vi o castelo foi "meu Deus, achei o ouro do Brasil!". Tem muitos detalhes de ouro. Não me lembro mais quanto paguei para entrar, mas lembro que foi um pouco caro.
Fiz uma pesquisa sobre o castelo e vi que o mesmo é considerado um dos maiores do mundo e possui 2.153 janelas, 67 escadas, 352 chaminés, 700 quartos e 1.250 lareiras... Com isto é possível notar o tamanho do castelo. O castelo foi palco de muitas histórias da corte francesa, que residiu lá desde 1682 até 1789. Até hoje vemos algumas notícias sobre Nicolas Sarckozy correndo pelos jardins de Versailles.
O bom é que no Castelo de Versailles você pode ouvir as explicações em português - de Portugal - mas em português. É um dos poucos lugares que tem explicação na nossa língua.
Desde 1837 o palácio é um museuO castelo também tem um lindo jardim, mas eu não o visitei, estava já muito cansada de andar no por toda parte e você ainda paga outra taxa. Mas pelo que dizem é lindíssimo e vale muito a pena. E, apesar deu ter ficado com preguiça de visitar, existe um trenzinho envidraçado que faz o roteiro, não precisando ir a pé.

Uma das coisas que mais gostei foi ver a cama do Napoleão Bonaparte, muito pequena por sinal, o que prova que ele não era um homem alto. Também, gostava de uma pluma, pois a cama era cheia delas!!!
Nossa segunda parada é no museu mais famoso do mundo, o Louvre, em francês, Musée du Louvre. São tantas obras, tanta coisas parar ver que normalmente as pessoas gastam o dia inteiro!
É muito bom chegar ao Louvre, principalmente para quem assistiu O Código da Vinci. A entrada é bem interessante, você passar por um arco e o espaço é bem pequeno, o ônibus passa bem devagar para não esbarrar nas laterais, coisa de construção bem antiga onde só passavam cavalos! Depois o contraste do novo com o antigo. As pirâmides nada tem a ver com a construção original do Louvre, que é de 1.190, podem imaginar o que é isto?! Já a pirâmide foi construída em 1993.
A pirâmide, na verdade, é o teto do centro do Louvre. Assim que você entra (e passa pelo detector de metais) você desce uma escada rolante. Olhando para cima, pode ver a estrutura da pirâmide formando o teto naquele local.





Para comprar o ticket é bem fácil, você mesmo pode comprar num dos caixas automáticos que ficam disponíveis para os visitantes. Pode ser em dinheiro, moeda ou com cartão. Eu paguei 10 euros para entrar. Foi bem rápido e sem fila, acho que dei sorte.

Outra facilidade não esperada, achei o guia para a visita no Louvre em português. É um grande progresso, quando fui em 2009 só tinha em francês, inglês e espanhol. Ainda bem que qualquer brasileiro consegue ler em espanhol, mas na nossa própria língua é muito melhor, fora que é uma valorização da nossa terra.

Mas tem escada também, viu, gente... Quando vi já me lembrei dos 5 andares de escada que subo todo dia pra chegar no meu quarto... Mas, depois, vi que tem elevador também, o santo elevador, então você pode escolher.

Como disse, o Louvre é visita de dia inteiro. Em seu acervo encontramos mais de 300 mil obras entre quadros e esculturas. O acervo é tão grande que eles tiveram que distribuir algumas peças para outras cidades de França! O espaço é dividido em 8 departamentos, formado por antiguidades egípicias, do oriente, gregas, etruscas, romanas e islâmicas. É muita coisa...
Se você não gosta ou não entende tanto de arte, vão ai as paradas obrigatórias, depois você está liberado! Primeira parada obrigatória do Louvre é a visita a Vênus de Milo. Sempre lembro da música do Zeca Baleiro (... braço da Vênus de Milo acessando tchau...). É uma experiência muito boa ver obras famosas ao vivo. Ela representa Afrodite, a deusa grega do amor sensual e da beleza física, apesar de não ter os braços!!! Brincadeira... Ela tinha os braços originalmente, mas não se sabe bem o que aconteceu para que a estátua tivesse esta aparência atualmente. 


A segunda parada obrigatória é a Monalisa (... com seu olhar paralisa, seu quase rir...), de Leonardo da Vinci. Esta deixa um pouco a desejar. O quadro é tão pequeno, tão simplório... Mas é o quadro mais famoso do mundo, então você tem que ver, olhar, chegar perto... E tirar suas próprias conclusões, além de uma foto sua com a Monalisa. 

Feito este pequeno roteiro, o resto no Louvre é lucro!!!








Nossa terceira parada é no Museu do Rodin. Neste museu encontramos todas as obras de Auguste Rodin. Este museu fica no prédio de um hotel, chamado Hotel Biron, onde Rodin fazia suas obras. Pelas fotos do jardim é possível ver o quanto o local é bonito! Atualmente ele é só museu. Paguei 6 euros para entrar no museu e nos jardins. Para ver outras exposições você tem que pagar a parte, mas só isto já satisfaz qualquer um!






Esta é a obra que se chama Portões do Inferno. É bom estar a porta do inferno e não entrar! Fica exposta no jardim e dentro da casa existem outras réplicas menores. Ela é feita em bronze, como várias esculturas dele, e possui mais de 180 figuras.








O pensador também é outra obra muito famosa, talvez a mais famosa de Rodin. Sentar a frente desta estátua nos faz, mesmo sem querer, refletir...









Também é possível ver no museu algumas obras de Camille Claudel, amante de Rodin.






Próximo museu se chama Museu d'Orsay. 
Para mim foi o melhor museu que já fui em toda a minha vida. Infelizmente, não tenho fotos de dentro do museu, é proibido tirar fotos. Vocês terão que ir lá para conferir! 8 euros para entrar!






A fila deste museu era bem maior que a fila do Louvre e existia fila todos os dias.  

Esta foto, que tirei da internet, mostra um pouco do museu por dentro. O interessante é que o museu foi construído numa estação ferroviária que seria destruída. A população de Paris que se mobilizou e impediu a demolição, transformando a antiga estação em museu. Uma vez dentro do museu é possível perceber a magnitude... Sorte nossa que não foi destruído! O museu foi inaugurado em 1986 pelo então presidente François Mitterrand.





Além deste relógio maravilhoso, as coleções que se podem ver no Museu d'Orsay são de autores como Van Gogh, Renoir, Guaguin e Monet. Imperdível...