sábado, 31 de dezembro de 2011

Santiago de Compostela

Está ai uma cidade megafamosa que acredito que muita gente tem vontade de conhecer: Santiago de Compostela. Já quero deixar bem claro que não fiz nem pretendo fazer o caminho de Santiago. Há alguns anos ouvi uma pessoa me dizendo que fez o caminho e hoje sei que não é tão fácil assim como a pessoa quis dizer que era. O negócio é hot, demora meses e tem que estar bem fisicamente para realizar este sonho (não meu, já deixo claro. Meu sonho é TV e um bom sofá).
Li no wikipédia que esta rota ficou famosa a partir do século VIII d.C. porque na região foram encontrados os restos mortais do apóstolo Tiago (Santiago) e a partir dai as pessoas (peregrinos) faziam diversas rotas na Europa que chegavam a Santiago.
Para melhor explicar:

Entre as várias rotas, delineadas desde a Idade Média, destacam-se:
A este liga-se o Caminho Aragonês ("Tramo Aragonés") com saída em Somport, com cerca de 980 quilómetros.
  • Caminho da Prata ("Via de la Plata") - com saída em Sevilha (Espanha), passando por Chavese Ourense, é o mais longo e segue uma antiga estrada romana a que os árabes chamaram algo que foneticamente soava a 'plata' e assim ficou o nome
  • Caminho Primitivo - com saída em Oviedo.
  • Caminho do Norte - sai de Ribadeo e segue por cerca de 220 quilômetros.
  • Caminho Português, com várias alternativas.
  • A maior parte dos caminhos portugueses entroncam em Valença do Minho, onde se fazia (faz) a travessia da fronteira para Tui e daí estende-se por cerca de 130 quilômetros. Do lado português, os percursos mais frequentados são a partir de Fátima, do Porto, de Barcelos ou de Braga. Nos últimos anos, tem ganhado relevo o percurso Porto-Rates-Barcelos-Ponte do Lima-Valença como principal caminho português.



Chegando agora ao meu caminho, que consistiu em sair de Braga até Santiago de Compostela - DE CARRO, que fique bem claro - posso dizer que foi uma viagem maravilhosa. O caminho em si é lindo, apesar do frio que faz nesta época do ano é bom parar e olhar a paisagem.
A cidade não é tão pequena, mas a parte do centro histórico, que foi onde a cidade começou, é. Além de pequeno é lindo. Com suas ruas e praças de pedra, além do ar de sagrado que se pode sentir.




Nesta foto reparem o detalhe da máquina fotográfica dos anos 20 ou antes. Nem sei ao certo quando se tirava fotos com isto. As coisas na cidade tem este toque de antiguidade como a maior parte das cidades que tenho visitado.






Esta é a entrada pela lateral da Basílica de Santiago de Compostela, onde os caminhos de Santiago terminam. A basílica é linda tanto por dentro quanto por fora. As fotos falarão por mim!



Isto eu achei estranho... As velas são elétricas. Você coloca a moeda e ela acende. Não sei, preferia o estilo antigo como vimos em Notre Dame (Paris), lembram das fotos? Tudo bem que é mais prático e rápido acender uma vela pra família, mas não sei não, fiquei na dúvida...
Os órgãos da igreja

Isto é interessante de contar. Quando o peregrino chega à Basílica ele roda este monumento, coloca as mãos nestes buracos embaixo e bate a cabeça em frente. Não sei ao certo porquê, talvez o monumento esteja ficando gasto, mas agora não se pode chegar perto, está cercado. Não sei se será definitivo, pois vi uma parte da igreja em reforma. Esperemos que não!!! Depois de tanto esforço o bom é fazer o ritual completo!


Família Barrozo Coelho que estava no passeio comigo! Lindos!!!





Esta é a frente da Basília. Uma coisa espetacular, realmente encantadora. Percebi depois que de alguns lugares da cidade você consegue ver o topo da igreja. Para ser a finalização de uma longa caminhada realmente ela teria que ser algo grandioso. 









Esta lojinha me encantou. A maior parte das lojas vendem lembrancinhas exotéricas. Aqui vê-se várias fadinhas. Uma outra figura bem conhecida nas vitrines é o peregrino. É sempre um senhor de bengala, com uma roupa estranha e cajado. 
Desculpe dizer, eu nem sou fã dele, mas isto só me lembra Paulo Coelho em seu livro O Alquimista. Foi neste momento que ele começou a ficar rico! Viu?! Tudo na vida exige sacrifício!



Bonecas em plena praça do parque!


Na foto está um parque da cidade. Ele pode ser visto assim que se sai do centro histórico. Nem estava no meu roteiro, mas aproveitei para passear mais um pouco.
Ah, sim, acho que aqui também tem feira de Natal e é igual a da França. Veja que as barraquinhas são as mesmas que já mostrei de Paris e de Aix. Em Grenoble também tinham as mesmas casinhas. Não vi isto nas cidades que fui em Portugal...








Estas árvores de outono são lindíssimas... E eu pensando que o outono era uma estação feia... Quanta falta de sensibilidade... 


sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Comidas Portuguesas

Eu não sou boa na cozinha e todos que me conhecem sabem...Talvez por isto não dê muita atenção a comida, mas como vim para Portugal numa época de festas, não posso deixar de falar das delícias que vi por aqui. Algumas delícias não gostei, outras já não gostava, outras adorei e outras já adorava. O conteúdo deste post é para falar sobre isto.

Vamos começar pelo amado bacalhau. Olha, eu sabia que bacalhau era coisa de português, mas não sabia que era tanto. Eles realmente comem bacalhau demais... Se deixar, todos os dias. 

O prato é barato por aqui e se pode fazer de todas as formas possíveis e imagináveis. Não me perguntem se é bom, eu não gosto de bacalhau e continuo não gostando, apesar de ter comido umas duas vezes já por aqui. 
Não tem como correr...
Este foi nosso bacalhau de Natal. Nada de peru, aqui nem se fala nisto... Até nas propagandas de fim de ano só se vê bacalhau. O noticiário também fala dos preços para todos os bolsos.
O nosso bacalhau de Natal foi preparado com couve e batata. Detalhe, as batatas não eram do supermercado, foram plantadas e colhidas do quintal. Normalmente o bacalhau também é acompanhado de uma broa, a broa portuguesa.
 É um pouco diferente da nossa, esta casca é bem dura e é o que eles mais gostam: tirar a casca para comer com o bacalhau. A broa não aparece só nestes momentos, em qualquer almoço se vê duas coisas: uma sopa de entrada e a broa para acompanhar a sopa e o prato principal.
Antes de comer o bacalhau você pode (ou deve?!) colocar no prato azeite e vinho. Depois basta misturar e se servir. É um pouco estranho, os dois não se misturam muito, mas o gosto é interessante.




Para a sobremesa é condição sine qua non um Bolo Rei. O Bolo Rei é parecido com nosso panetone, ou seja, um bolo com diversas frutas secas, passas e frutas cristalizadas. Antigamente os portugueses colocavam um presente dentro do bolo e a pessoa que pegasse o pedaço teria o direito a fazer um pedido, porém esta prática foi proibida pela União Européia como medida de segurança.



Este também é bolo rei, só que com outro formato, então eles o chamam de Bolo Rei escangalhado, o que mostra que aqui eles também usam a imaginação e fazem variações mil dos pratos tradicionais!


Roberta e a ceia de natal (Roberta é a minha anfitriã em Portugal)

As tradicionais rabanadas também aparecem por aqui. São como as nossas. Estas, em especial, foram feitas com cobertura de chocolate e açúcar por gosto dos donos da casa.
Este também é um doce: aletria. Este doce bem famoso aqui em Portugal consiste numa massa fina que parece um macarrão. Eles cozinham sem qualquer tempero e por cima jogam canela. Como detesto canela não tive coragem de comer. Detalhe, apesar de parecer um macarrão ele tem a consistência de uma massa, você parte e ele vem inteiro e não em fios como um macarrão normal.
Ok, ok... Queijo é coisa de francês, mas aqui também tem para a acompanhar os excelentes vinhos. Os queijos aqui também são baratos como na França. É chegar, escolher e aproveitar!

Chegamos a minha comida preferida: arroz de pato. Tudo muito simples: arroz com pato desfiado. Uma delícia! Ele tem quase a consistência de um risoto, mas é um pouco mais sequinho. Sem igual. 

Dentre as coisas que não me atraíram muito está o polvo empanado. Nem empanado, nem só assado. A vantagem do empanado é que disfarça o péssimo aspecto que o polvo tem. Mas... Para quem gosta da iguaria... Sirva-se!




Este é um frango assado. Este prato não é português, é Búlgaro. É que conheci uma senhora búlgara por aqui e fui jantar na casa dela. Você pode pensar que é um simples frango assado como no Brasil, mas não é, ele é recheado com arroz e couve. Adorei a ideia, você abre o frango e lá já está seu arroz! Por falar nisto, aqui em Portugal eles tem uma mania de dizer "já está" quando algo está pronto ou já está feito ou que indique qualque tipo de finalização.
Estas são duas entradinhahs para se comer com pão (ou não!) São as papas de sarrabulho (a que tem a colher enfiada) e berinjela (a que tem o guarfo). As papas é que são bem tradicionais aqui. Como eu não sabia do que se tratava comi. Segundo a Roberta é melhor experimentar e depois saber... Ela é feita com sangue de porco - como se fosse uma galinha ao molho pardo - galinha, carne de porco, presunto, chouriço, cominhos e pão. Eu gostei e repeti!!!

Esta também é uma saladinha ucraniana, comi na casa da mesma pessoa. Fiquei sem saber do que é feita, pois quando perguntei me disseram que tinham muitas coisas. Eu gostei do sabor, mas achei um pouco picante. Segundo a Roberta era o alho que estava em grande quantidade e em pedaços maiores. Recomendo, mas não sei dizer como se faz... Désolée... Désolée não que não estou na França, apenas desculpe-me!

Voltando a Portugal, este é um prato que se chama roupa velha. Roupa velha porque é feito com as sobras do natal (ou do ano novo) Pode ser feito com tudo o que sobrou, então normalmente se leva bacalhau, já que todos comem este prato no natal. Tudo está picado ou meio desfiado para poder juntar. Ela pode ser feita ainda com vinho ou sem vinho. Esta da foto está sem vinho.
Este é um coelhinho assado. O problema de comer coelho é imaginar aquele bichinho tão meigo e bonitinho sendo morto. Tudo bem que a vaca, o pato, o avestruz, o javali também são mortos para a nossa satisfação, mas o coelhinho... Não sei, me parece a mesma coisa que comer cachorro. Não sei se é bom, não experimentei.
Voltando para as sobremesas, aqui existe uma variedade de pão de ló. Desde um pão de ló simples até os mais sofisticados e também são sobremesas obrigatórias, principalmente no natal.

Hummm... Este pão de ló molhado. Eu fiquei fã dele. Uma cobertura de castanha e por dentro parece um sorvete... Não sei explicar, só sei que é bom demais. Veja só o pedacinho que comi... ehehe

Este já é outro pão de ló. Ele não chega a ser molhado, mas também não é o básico, pois tem uma calda em cima, como um creme. Também adorei este, mas o lá de cima ganhou disparado!


Este biscoitinho se chama massa de pão e é igualmente famoso por aqui. Nada de especial para falar sobre ele, só que vale a pena experimentar.




Com estes pratos acredito que cobri tudo o que comi até o presente momento. Se aparecer mais alguma coisa diferente faço o comidas portugueses parte II, já fica prometido desde já!



Aproveito para fazer uma propagandinha: a Roberta está se mudando agora em janeiro para Brasília e vai montar um restaurante português com todas estas especialidades. Antes da abertura do restaurante ela irá vender alguns pratos sob encomenda. Aproveite o blog e escolha. Eu recomendo o arroz de pato, claro!!! Para entrar em contato só passar email para robertabarrozo@hotmail.com ou contactá-la pelo meu facebook, ela está lá nos meus amigos!