domingo, 13 de novembro de 2011

Donc, je pense que c'est bizarre..

Eu não sou nenhuma pessoa fluente em francês e é por isto mesmo que quero falar um pouco sobre a língua. Talvez, quando eu saiba tudo, se é que um dia vou saber, eu esqueça as dificuldades inicias e não tenha mais condições de falar o que passei para aprender.
Primeira coisa, a língua não exige que você faça biquinho, como todos falam! O grande problema é o R. Aqui não existe o R de caroço, por exemplo. Todos os R são como os de Rodrigo, Ricardo, carroça... Então, para um brasileiro que não é acostumado a falar assim o tempo todo a sensação é que você está arranhando a garganta. Numa frase com muitos Rs é quase impossível conseguir pronunciar corretamente... Parece que você está limpando a garganta e lá no final não sei nada. Eu, normalmente, treino muito em casa estas falas.
Uma situação para exemplificar: tudo que se faz aqui você marca antes. Na verdade, percebi que no Brasil também, não sei porque me espantei com isto. Se você vai ao banco, marca antes com o gerente, se vai ao médico, marca antes, se vai olhar um apt para alugar, marca antes. Isto, em francês, se chama prendre a rendez-vous. Quando você liga para marcar você diz que quer "prendrez a rendez vous". Inicialmente eu falava marque a rendez vous, já que marque é uma palavra mais próxima para nós brasileiros. O francês até entende o que eu quero falar, mas não é correto. "Prendrez a rendez vous" é uma expressão. Ok, comecei a treinar porque eu tenho dois Rs na primeira palavra e já emendo com o R da próxima palavra. Olha... até hoje não sai natural. Se eu ficar nervosa então, pode esquecer.


Outra coisa são os acentos. No francês uma só palavra possui muitos acentos. A primeira vez que perguntei para um professor pra que serviam os acentos do francês ele me disse que para nada, mas não é verdade. Os acentos servem para te dizer como pronunciar aquela letra. Não é a mesma função do acento em português. Os acentos em português te mostram a sílaba tônica. Os acentos em a, o e i eu não consegui até hoje descobri para que servem, mas os na letra e são bem específicos.
Uma palavra com a letra "e" e a letra não aparece acentuada quer dizer que esta letra não será lida. Um "è" com crase é lido como o nosso é, forte e aberto. Um é com o nosso acento agudo é fechado e se ele como se fosse ê.
Rareté (raridade) fala-se rartê
Cinéma (cinema) fala-se cinêmá (veja que a sílaba tônica é no ma)
Réduction (redução) fala-se rêdukcion
Téléphone (telefone) fala-se têlêfon
J'èspére (eu espero) fala-se jéspêr


Outras expressões a parte são todo en ou em você lê como ã
Remplacé (substitutos)  fala-se rãmplacê ou pendant (durante) é pâdan
O que for construído com oi tem som de oá como bonsoir (boa noite) - bonsoár e au fala-se ô,  e ai fala-se é, como mais (mais), mé. O último s das palavras também nunca se fala.


Outra pronúncia não existente é a "qu" do nosso quando. Aqui tem som de K, como quartier (quarteirão, quadra) kartier ou quand (quando) kã


E... Voilà, fiquem com um pouco de francês com quem realmente sabe!




Olha mais um PS ai: o nome do post "Donc, je pense que c'est bizarre" foi devido a uma brincadeira que fiz em Barcelona. O marido da Marcela, que não fala francês, disse que toda hora o francês fala je pense e fala c'est bizarre. Para mim ele fala a toda hora "donc", que quer dizer então. Definitivamente, uma pessoa que sabe falar "donc, je pense que c'est bizarre" sabe falar francês!

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